terça-feira, 2 de março de 2010

Across The Universe

Quando me recomendaram esse filme, confesso, minha resposta foi vergonhosa: nunca ouvi falar. Como assim nunca tinha ouvido falar sobre essa obra-prima? Pois é. Não gosto de filmes como pensava. Mas é para isso que existem os amigos.

Ao indicarem, me disseram as características básicas, mas de total relevância para quem não o conhece ter vontade de vê-lo. Um filme musical (importante ressaltar, afinal, nem todos gostam de musicais, certo?) com trilha sonora exclusivamente composta por músicas dos Beatles (foram 31 músicas ao todo).

Assim como outras pessoas que conheço, achei a idéia realmente óbvia e é impossível que ninguém nunca tenha pensado nisso. o.o’.. Interessante, né? E o melhor mesmo é que as músicas se encaixam perfeitamente nas cenas, o que torna o feito realmente memorável. Segundo algumas fontes que encontrei , 90% das músicas foram gravadas ao vivo no set de filmagem e a cena em que se canta If I fell foi gravada em sua primeira tentativa. Aliás, essa cena acho que é uma das mais lindas.


Muito bem, vamos ao filme em si.
Across The Universe é um filme feito em 2007, dirigido por Julie Taymor (já consagrada pelo filme Frida). O título não foi traduzido para o português para que mantivesse uma característica interessante do filme: tudo nele foi baseado no quarteto de Liverpool. O título é homônimo de uma das músicas dos Beatles, os nomes dos personagens foram retirados de músicas do quarteto, uma das cidades do filme é justamente Liverpool e sem contar a já citada trilha sonora.

A história começa em Jude (Jim Sturgess), um rapaz que mora na Inglaterra, mas decide ir aos Estados Unidos à procura de seu pai desconhecido. Quando eu vi isso, de cara pensei “Bom, o filme será a história de Jude em busca de seu pai com uns enfeites de fundo”. Ledo engano. XD... O jovem encontra seu pai ainda no começo do filme e, no fim das contas, não foi o foco principal nem dessa parte. Logo que chega aos EUA, ele conhece Max (Joe Anderson), um riquinho que quer largar a faculdade para ser livre de fato. Os dois ficam amigos de imediato e, ao conhecer a família de Max, a irmã deste, Lucy ( Evan Rachel Wood), balança o coração de Jude.

Ambos se mudam para Nova Iorque (mais tarde, Lucy os segue), onde conhecem Sadie (Dana Fuchs - alusão à Janis Joplin), dona do apartamento em que alugam um quarto, Jo-Jo (Martin Luther McCoy - referência a Jimi Hendrix), guitarrista e posterior namorado de Sadie, e Prudence (Teresa Victoria Carpio), uma jovem que está em um busca de um amor longe de preconceitos.

Bom, a partir daí, a história se desenvolve. Com o foco no romance de Jude e Lucy, o filme tem como pano de fundo a Revolução Social de Marthin Luther King (cujo ápice aparece com a música Let it be, numa cena lindíssima) e a guerra do Vietnã. Essas revoluções fizeram com que Lucy se envolvesse com um grupo de ativistas pela paz, afinal já havia perdido um namorado para a guerra e depois Max também fora convocado. Esse envolvimento creio que seja a base maior do filme.

O filme é lindíssimo, as cenas conseguem passar mensagens fortes a partir de nuances bem leves, com forte toque psicodélico. O jogo de cores, sons, tudo tem algum significado. As versões das músicas também ficaram sensacionais. Os beatlemaníacos que conheço aprovaram. ^^

O filme recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Figurino, uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Filme – Comédia/Musical e uma indicação ao Grammy de Melhor Trilha Sonora – Cinema/TV/Mídia Visual (como era de se esperar, né? XD).

Uma crítica que eu devo fazer é ligada a um fato que li em um site. Ao que parece, a distribuidora brasileira não legendou as músicas do filme D=. Isso realmente é insensato, pois as cenas estão diretamente ligadas às músicas nelas tocadas.

Bom, é isso aí, aqui fica mais uma indicação minha.
Para quem quiser, aqui eu deixo o trailler.
É um filme sensacional, vale a pena assistir.