domingo, 25 de julho de 2010

A vida dos Outros

Devo confessar, apesar de ser daquelas coisas que a gente acaba escondendo às vezes, talvez para dar um ar mais intelectual a quem não o é de fato: comecei a assistir a esse filme meio que sem querer, talvez um tanto desinteressada. Mas assim que a história começou a se desenrolar, simplesmente me apaixonei. O filme é lindo! Perfeito! E tão novo...



Eu até tinha assistido à cerimônia do Oscar na qual “A Vida dos Outros” fora premiado, mas nem de longe imaginei um filme tão especial. Aliás, essa não é apenas a opinião da pobre leiga que vos escreve. O filme foi nomeado pela revista National Review, em 2009, como o melhor filme dos últimos 25 anos. Não é mole, não. Tendo custado por volta de US$ 2 milhões, o filme faturou mais de € 11 milhões na Alemanha e US$ 11 milhões nos EUA.

Uma das coisas que mais me surpreendeu foi saber que esse foi o primeiro longa-metragem do cineasta alemão Florian Henckel Von Donnersmarck. Com um primeiro filme de tão grande qualidade, esse rapaz tem um longo caminho a percorrer na história do cinema.

O filme conta a história de Gerd Wiesler (Ulrich Mühe), agente da Stasi encarregado de vigiar a vida de Georg Dreyman (Sebastian Koch) e sua companheira Christa-Maria Sieland (Martina Gedeck). Georg é um dramaturgo da Alemanha Oriental, tido como “intelectual-modelo”, uma vez que não reclama do totalitarismo e suas peças exaltam o regime comunista. Christa-Maria é atriz e isso é das coisas que mais gosta em sua vida.

Ao vigiá-los, Wiesler acaba por fazer parte da vida dos “suspeitos”. Escutas, câmeras, grampos em geral são instalados por toda a casa e Wiesler fica na espreita 24 horas por dia, participando ativamente da vida do casal. O drama que aflige ao dramaturgo e à atriz acaba afligindo também ao agente, que toma decisões vitais em relação aos três, num regime onde qualquer ação suspeita poderia acarretar na morte, sumiço ou fim da carreira do indivíduo. Wiesler acaba sendo intimamente modificado pelo casal que mal sabe de sua existência.

O filme evolui de maneira fantástica e seu final é de quebrar o coração. Lindíssimo! Não tenho maiores palavras para expressar. Na minha opinião, o final de um filme pode modificar o seu olhar sobre o filme inteiro, tornando-o bom ou ruim. No caso desse, torna o filme perfeito. Recomendo muitíssimo.

O filme foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme em Língua Estrangeira, ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, além dos festivais Spirit Independent, Locarno, Londres, Copenhague, Los Angeles, Montreal, Varsóvia e no maior número de indicações já visto no German Film Awards. Simplesmente, sucesso!

Dessa vez, deixarei apenas o trailler, com a ordem expressa para que assistam.